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Cristianismo Restaurado

CRISTIANISMO RESTAURADO

- Leonel Varanda -

 

“Espiritismo religioso? Sim. Nossa missão é essencialmente religiosa, na restauração da fé viva e na revivescência das tradições simples dos tempos apostólicos” (Emmanuel, Coletâneas do Além).

 

Nas páginas do livro Coletânea do Além, psicografado pelo inesquecível médium Chico Xavier, Emmanuel já ratificava a natureza essencialmente religiosa do Espiritismo, destacando sua vinculação definitiva ao Cristianismo Primitivo, e trazendo-nos, por isso mesmo, o caráter divino da Revelação Espírita.

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Chico Xavier, um espirito superior, trabalhando, lado a lado, com os desfavorecidos da sorte, dando-nos o exemplo de que o Espiritismo é, sobretudo, Religião, na vivência das tradições simples do Cristianismo Primitivo.

Na mensagem intitulada “Cristianismo Restaurado” existe a preocupação do professor e evangelista Emmanuel, inclusive com a força de sua argumentação, de apresentar a Doutrina com a face voltada para as manifestações religiosas, tendo como base o evangelho de Nosso Senhor Jesus, e, por consequência, a vivência prática de seus princípios. Reafirmando esse conceito, Emmanuel nos afirmaria, também, no livro Deus Conosco, que existe a “necessidade de se organizar uma consciência espírita, na base da filosofia simples do Evangelho”, evitando que a mente do Espírita se perca nas complicações do formato filosófico ou científico.

 

Anos mais tarde, Emmanuel reafirmaria, novamente, esse conceito deixando-nos por legenda de luz, no livro Doutrina e Aplicação, a expressão de que “a Ciência e a Filosofia são meios, o Evangelho é o fim”, pois em torno da Ciência e da Filosofia “o Espírito humano costuma vaguear longos séculos, ao redor de concepções puramente humanas, enquanto que, no Evangelho, encontrará nossa alma a companhia do amigo Celestial”, evitando provas desnecessárias, perda de tempo e gasto de energia.

 

Aproveitando a lição de Emmanuel, recordamos de que no movimento espírita estamos vendo a proliferação de associações classistas como dos Pedagogos, dos Médicos, dos Magistrados e outras que, de modo consciente, mas sutil, promovem uma certa tendência em direcionar os princípios espíritas para o campo da Ciência, em um tentativa elitista de dizer que a Ciência é o fundamento e o produto do avanço civilizatório, enquanto que o sentimento de religiosidade é fundamento de uma concepção arcaica e desatualizada.

 

Daí, o perigo da criação dessas entidades classistas que muitos confrades alertaram, pois que distanciadas do povo e das tradições simples do Cristianismo Primitivo, se isolariam em verdadeiras “castas”. Bezerra de Menezes, na mensagem Unificação, já nos alertava sobre esta questão, quando nos deixou a orientação espiritual de que deveríamos preservar o Espiritismo qual foi entregue pelos mensageiros divinos a Kardec, sem personalismos, e nada que lembrasse castas. Acredito que ele não poderia ter sido mais claro.

 

Por isso, tem razão Emmanuel quando nos recorda que o Espiritismo é religião, devendo ser considerado como o aspecto principal na difusão da Doutrina, e que representa um patrimônio dos Espíritos, e apesar do homem se apresentar como um colaborador consciente e racional, ele deve conservar a humildade para reconhecer que o Mestre Jesus encontra-se no leme da embarcação, e que por isso mesmo, as diretrizes, ontem, hoje e sempre serão emanadas do mundo espiritual superior. Portanto, se a Espiritualidade retrata o Espiritismo em sua feição religiosa, na feliz expressão de Emmanuel, deve ser obrigação dos encarnados se transformarem, sim, em Cristãos redivivos, na fé e na caridade, para consolidação do Consolador Prometido por Jesus, na feição do Cristianismo Restaurado.

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